domingo, 8 de novembro de 2009

Casca de ferida

Uma criança andava de bicicleta, se distraiu e levou um bom tombo, ganhando bons machucados.
Dias depois havia formado cascas em suas feridas, o que era bom, afinal era sinal de cicatrização, de cura.
Poderia ter sarado rapidinho, caso a criança não insistisse em, toda hora, cutucar a ferida até que não mais tivesse casca, e muitas vezes até mesmo o sangramento voltava....

Isso já aconteceu comigo algumas vezes.... a ferida está quase cicatrizando e a gente vai e coça, fazendo aquele estrago no machucado, né? Imagino que com você isso já aconteceu também :o)

Bem, o que quero ilustrar com esta parábola até mesmo simplória de nossas vidas é o fato de que muitas mágoas, muitas feridas causadas em nossa alma demoram muito pra sarar, ou as vezes nem saram, porque volta e meia nós as cutucamos, as revivemos, mesmo sabendo que esse "cutucar" nos machuca tanto. As vezes fazemos porque não percebemos os danos que causaremos a nós mesmos, mas as vezes é porque nos apegamos a dor, ao ferimento, ao papel de vítima e, com isso, remoemos a mágoa, ao invés de cuidar para que ela "cicatrize".

Não falo aqui do esquecer, do ignorar a ferida, pois é impossível. Afinal toda ferida dói! É preciso tratar, mesmo que doa muito! É preciso o tempo para cicatrizar e, de modo geral, quanto maior a ferida, maior será a cicatriz.

Depois, ao olharmos para a cicatriz, sempre nos lembraremos do que a gerou, porém já não mais sentiremos dor, não haverá mais a ferida. E estaremos mais leves, prontos e aptos a uma vida verdadeiramente livre e feliz!
(Sem Nexo)

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